Línguas bíblicas – pra quê?

Se você está aqui, segue o blog, lê as postagens, etc., provavelmente já sabe por que você quer estudar as línguas bíblicas. Contudo, talvez conheça alguém que precise ler essa publicação! Portanto, vou falar um pouco sobre o que respondo a pessoas que questionam o estudo das línguas bíblicas. Talvez te ajude da próxima vez que alguém na sua igreja disser, “mas hebraico pra quê?!”

  1. Antes… quais são as línguas bíblicas?
  2. Todo crente precisa aprender as línguas bíblicas? (não!)
  3. Mas então por que devemos estudá-las?
    1. Temos a oportunidade de aprender as línguas bíblicas
    2. Podemos aprender com maior certeza e exatidão o significado da Bíblia
    3. Toda educação útil deve mudar sua forma de viver
  4. Quem precisa estudar as línguas bíblicas?
    1. Todos que quiserem!
    2. Ministros da Palavra
  5. Quanto estudo basta?
    1. Quanto estudo basta para um futuro ministro da Palavra?
    2. Quanto estudo basta para um crente qualquer?
  6. Qual é a melhor maneira de aprendê-las?
    1. Primeiro, o que significa aprender uma língua?
    2. Qual é o seu alvo?
    3. O que é necessário fazer para atingir seu alvo?
    4. Quais recursos você me recomenda?
  7. Conclusão

Aliás, só para deixar claro: escrevo de uma perspectiva evangélica. Sou pastor da IPB, e o que escrevo abaixo é para responder perguntas que já ouvi de outros pastores, membros de igreja e alunos de teologia.

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Pérolas do hebraico: o número 5 e um êxodo militar?

Estava lendo Êxodo 13.18 recentemente, e notei uma coisa interessante. Veja se você consegue notá-lo nos textos abaixo:

וַחֲמֻשִׁים עָלוּ בְנֵי־יִשְׂרָאֵל מֵאֶרֶץ מִצְרָיִם

NVI Os israelitas saíram do Egito preparados para lutar.

ARA e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito.

NVT Assim, os israelitas saíram do Egito como um exército preparado para marchar.

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Pérolas do hebraico: “endividados” em 1 Sm 22.2

É difícil produzir conteúdo consistente e bom. Portanto, vou tentar uma coisa nova com um tipo de post que vou chamar de “pérolas do hebraico”. Essas serão notas curtas sobre uma coisa que notei aqui ou ali quando estava preparando um estudo, um sermão, ou uma aula. A ideia desses posts é de mostrar como o estudo do hebraico afeta nossa leitura e interpretação da Bíblia, e espero que sejam encorajadores para quem é aluno de hebraico!

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O alfabeto hebraico cantado!

Então… recebi um e-mail hoje de um leitor que me disse que usa os vídeos para ensinar hebraico aos seus filhos. Fiquei feliz de ouvir isso, já que também ensino um pouco de hebraico aos meus filhos, e me lembrei também que existe uma pequena cantiga que ainda não compartilhei com vocês (pelo menos creio que não…). Segue abaixo o alfabeto cantado em hebraico:

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Incongruência na Bíblia? Êxodo 6.3 e o nome de Deus

Nosso post hoje tem uma inclinação apologética. Sempre existem e sempre existirão perguntas que os cristãos devem responder tanto para sanar suas próprias dúvidas quanto para defender sua fé diante daqueles que a confrontam. A pergunta que responderei hoje diz respeito a possíveis incongruências na Bíblia. Ela veio a mim indiretamente por um muçulmano que queria demonstrar que a Bíblia não é inspirada.

Vejam a pergunta e resposta abaixo:

Jefferson Bible

Página 65 da Bíblia de Thomas Jefferson. Ele extraía palavras e versículos que considerava incorretos (inclusive referências ao sobrenatural, milagres, a ressureição, etc).

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Novo Vídeo de Hebraico: Aplicação do Coortativo

Algum tempo atrás, recebi um e-mail de um leitor pedindo mais vídeos como a pequena aplicação do alfabeto hebraico que fiz logo na primeira unidade. Achei uma ótima ideia, e tentarei criar um vídeo assim por unidade. Decidi fazer os vídeos para acompanhar o estudo dos alunos do curso de hebraico bíblico do Mackenzie. Assim, não começarei na Unidade 2, mas na Unidade 13, e mais tarde voltarei às unidades anteriores.

O vídeo abaixo foi criado basicamente para mostrar a relevância de se aprender e compreender os volitivos (especialmente o coortativo) por si sós, quero dizer em hebraico, e não em função de uma tradução ao português.

Como o hebraico me ajuda na pregação?

Este post é direcionado, principalmente, a seminaristas e pastores. Isto é, aqueles que atualmente manejam, ou almejam manejar, a palavra de Deus no contexto da pregação. Todavia, espero que outros também possam ser beneficiados!

Neh8.7-8
Neemias 8.7-8 “… e os levitas ensinavam o povo na Lei; e o povo estava no seu lugar. Leram do livro, da lei de Deus, interpretando, e deram explicações de maneira que entendessem o que se lia.” (minha tradução)

Certamente, o pastor, seminarista, missionário, ou até mesmo um transeunte que alguma vez passou perto de algum seminário com ouvidos abertos, já ouviu esta conversa:
–Cara, tô muito cansado de estudar tudo isso!
–Nem sei por que estudamos o hebraico hoje em dia! Meu pastor só prega usando a Bíblia em português.
–Pois é! Além do mais, João do último ano disse que fez a aula de pregação e passou sem nem olhar para o hebraico!
–É muito trabalho pra pouca coisa… fala sério!

Se é assim, vamos então “falar sério”. Sabe uma coisa que é séria? O ministério pastoral. Observamos, em Ezequiel 34.11-31, que Deus é o Pastor das ovelhas, e que Ele estabelece seu Messias como Pastor sobre seu povo. Logo, qualquer pastoreio nosso é subordinado ao pastoreio de Cristo (Hebreus 13.20). Se essa responsabilidade já não bastasse, Tiago faz ainda uma forte advertência: “Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo” (Tiago 3.1).

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Há algo de errado com as traduções que temos?

Ok. Acho bom já de início desmistificar a importância das linguagens bíblicas. O hebraico não é, contrário a rabinos judaicos medievais (Gênesis Rabá 38.4), a língua de Adão ou língua de Deus, utilizada para criar o mundo. Não existe uma sacrosanticidade nem do hebraico nem do grego. Deus poderia ter utilizado swahili, mandarim ou tupi-guarani tão bem quanto utilizou hebraico e grego.

Não obstante, Deus escolheu utilizar o hebraico porque essa era a língua dos judeus. Ele utilizou o grego porque essa era a língua franca nos tempos de Cristo. As línguas originais da Bíblia são escolhas de Deus ao intervir no tempo e no espaço da humanidade. Isto é: a Bíblia foi escrita em hebraico e grego (ah! e, é claro, aramaico!) porque Deus se acomodou, se adaptou, ao modo de falar da sua audiência em um tempo e geografia específicos.

Ótimo, legal, beleza, mas… se a Palavra de Deus foi escrita em linguagens contemporâneas, que hoje não utilizamos, qual é o problema com as traduções?

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